Se você costuma andar por Extremoz, a chance de ter se deparado com seu Francisco em alguma das principais ruas do centro é alta. Caminhando, sempre determinado e com muita disposição, seus 82 anos de idade, não são obstáculos para sua rotina sempre ativa. Fazia um tempo que tinha curiosidade em conhecer melhor aquela figura, sempre presente nas andanças pela cidade.
Geralmente, pela manhã, ele está sempre varrendo a frente de um restaurante, próximo aos correios de Extremoz. Conversei um pouco com aquele enigmático senhor e ele ficou feliz em compartilhar um pouco da sua história de vida com esse mero observador do cotidiano. Educado, gentilmente, contou um pouco da sua jornada nesse mundo que iniciou, ainda, no ano de 1941.
Nascido no município de Macau trabalhou por muitos anos com o carregamento de sal nas salinas – que abasteciam os navios para Areia Branca – antes de chegar à terra do grude. Antigo morador da nossa cidade, disse que “conhece a cidade como a palma da sua mão”. Conta que ao chegar, ainda jovem, (não soube precisar o ano) Extremoz, era muito diferente de hoje, “tinha poucos moradores e era tudo mato”, relembra. Sobre a lagoa, comentou que quando chegou aqui, praticamente, não havia casas no entorno da lagoa, apenas umas três casas. Lembra, também, de uma pequena ponte de madeira. Falando sobre a situação do município; disse que gosta muito de morar aqui, local agradável, porém, mal cuidada pelas autoridades públicas ao longo do tempo.
Exemplo de simplicidade e humildade. Disse que sempre aparece serviço; seja limpar um terreno ou ajudar na limpeza de alguma loja. Seu Francisco, apesar da idade avançada, disse que não toma medicamentos e não falta energia e disposição para trabalhar. Prefere ficar ativo que “se acabando em casa”. Atualmente mora na casa de uma filha no centro de Extremoz.