A Polícia Federal confirmou que cumpre dois mandados de busca e apreensão no Rio Grande do Norte nesta quarta-feira, 19, em uma ação que investiga o recebimento de vantagens indevidas por políticos. Embora não cite nomes, a PF informou que parte dos recursos teria sido encaminhada para a campanha de um candidato ao Governo do Estado e a um deputado federal, ambos eleitos. Esses dois são, conforme checado pela reportagem, o governador Robinson Faria e o filho Fábio Faria, ambos do PSD.

As assessorias dos Faria disseram à reportagem que nenhum mandado judicial foi cumprido nas casas deles nesta quarta. A operação da PF investiga, de acordo com a própria corporação, os crimes de corrupção passiva e falsidade ideológica eleitoral.

De acordo com a PF, as vantagens teriam sido solicitadas a um grande grupo empresarial do ramo dos frigoríficos que teria efetuado o pagamento em troca da defesa dos interesses da companhia. Esta empresa, conforme checado, é a J&F.

Em delação premiada, Ricardo Saud, ex-executivo do grupo J&F, disse que a empresa repassou R$ 10 milhões sob condição de que a Companhia de Água e Esgoto do Estado do Rio Grande do Norte (Caern) fosse privatizada, o que não aconteceu. No último mês de setembro, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para arquivar a investigação contra o deputado Fábio Faria. O pai dele, Robinson Faria, segue sendo investigado.

Além dos dois mandados expedidos pelo STF nesta quarta no RN, a Polícia Federal cumpre outros seis em São Paulo. Naquele estado, o principal investigado é o ministro da Ciência e Tecnologia, Inovações e Comunicações Gilberto Kassab, presidente do PSD, e ex-prefeito da capital paulista.

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