Com base na análise diária da evolução da pandemia do novo coronavírus, o secretário adjunto da Saúde Pública do Governo do RN, médico Petrônio Spinelli, considerou neste sábado (25) o momento como “delicado, por que os números crescem com gravidade e trazem a preocupação com a ocupação, por casos graves, de 41,5% dos leitos disponíveis.”
O RN tem atualmente 3.928 casos suspeitos em 155 municípios. 781 casos confirmados em 53 municípios. 2.838 casos descartados, 40 óbitos em 17 cidades e 289 recuperados.
Petrônio explicou que tudo o que está sendo feito pelo Governo e pelas equipes médicas nas unidades de saúde e hospitais fica neutralizado se o comportamento social não obedecer as regras de proteção.
“A ocupação dos leitos hoje mostra isso. E já constatamos um tensionamento nas UPAs, pronto-socorros e hospitais. É preciso repetir: há forte necessidade de a população manter o isolamento social”.
Spinelli atribui o aumento dos casos à saída às ruas e a permanência das pessoas em filas, sem a devida proteção, para receber a ajuda de R$ 600,00 do Governo Federal e resolver problemas bancários.
“Toda vez que há aumento de aglomerações, o impacto acontece 10 a 14 dias depois. A previsão é que os próximos dias serão dramáticos, pois vão refletir a saída das pessoas às ruas nos dias passados”, explica.
Sobre a descrição para serviços e atividades funcionarem, contidas no Decreto 29.634, Spinelli disse que não são medidas para as pessoas irem às ruas, mas para dar condições de melhor abastecimento e atendimento às necessidades essenciais, e permitir o isolamento.
“Até agora o isolamento não alcançou o nível que precisamos. Talvez os próximos dias exijam medidas mais drásticas. A evolução das ocorrências vai dizer”.
Médico sanitarista e secretário de Desenvolvimento Econômico e Social do Governo do RN, Jaime Calado informou que as medidas do decreto foram tomadas ouvindo o Comitê de especialistas e cientistas da UFRN, do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde – LAIS e da Fundação Oswaldo Cruz, que assessora a administração estadual, e em obediência às recomendações da OMS e do Ministério da Saúde.
“Não há flexibilização e sim expressão na norma do que é atividade essencial. E, se observados os cuidados recomendados, não teremos impacto. Não vamos sair dessa sozinho. Temos que somar esforços, cada um fazendo sua parte”.
Jaime Calado também afirmou que “o uso da máscara é fundamental, única barreira entre você e o coronavírus. O uso da máscara reduz em mais de 90% a possibilidade de contágio. Nenhum país do mundo saiu dessa pandemia sem o uso generalizado de máscaras”.