A prefeitura de Ceará-Mirim, na região metropolitana de Natal, vai determinar fechamento de comércios não essenciais, feira livre e repartições públicas por sete dias, segundo confirmou o prefeito do município, Júlio César (PSD).
Os estabelecimentos considerados essenciais só poderão abrir com limite de até 30% da capacidade.
A decisão foi anunciada nesta terça-feira (9) após uma alta de casos no município. O decreto deverá ser publicado até a noite e passar a valer na quarta-feira (10). Segundo o prefeito, somente nesta segunda-feira (8), dos 21 pacientes com suspeita da Covid-19 que fizeram testes no município, 18 tiveram confirmação da doença.
Além disso, o hospital municipal, que é referência em obstetrícia e não em covid-19 está superlotado de pacientes com coronavírus, porque as pessoas buscam atendimento na unidade, mas o hospital não tem para onde enviá-las, por falta de leitos no sistema público estadual.
“Não nos restou outra opção senão tomar essa medida de decretar o ‘lockdown’ por um período de 7 dias no âmbito do nosso município, visando preservar o maior patrimônio que nós temos que é a vida. Nenhum prefeito gostaria de tomar essa atitude, de mandar fechar comércio, fechar repartições públicas, mas tem uma coisa que é acima disso tudo que é a vida das pessoas”, afirmou.
“As pessoas estão chegando no hospital e não estão tendo condição de serem atendidas, e olha que nossa estrutura é bem satisfatória, aumentamos respiradores, postos de saúde, mas não está sendo suficiente, porque a quantidade de pessoas adoecendo é muito superior ao número de leitos que temos no estado”, declarou ainda.
Ceará-Mirim teve 1.324 casos e 60 óbitos confirmados para Covid-19 desde o início da pandemia até esta segunda (8), segundo o boletim da Secretaria Estadual de Saúde.
O município ainda tem 11 óbitos em investigação e 218 pessoas com suspeita para a doença.
O decreto publicado pelo governo do estado no último sábado (6) determinou toque de recolher das 20h às 6h nos dias de semana e ao longo de todo o domingo no Rio Grande do Norte.
No documento, o governo também recomenda que os municípios adotem medidas, inclusive mais duras, caso necessário, para conter o avanço dos casos.
Os leitos de UTI estão com ocupação acima de 94% e a fila de pessoas por uma vaga é maior que o número de leitos disponíveis no sistema de saúde.
VIA: G1RN