A Sesap (Secretaria Estadual de Saúde Pública) e o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) afirmaram através de uma nota que não houve negligência no caso de uma idosa que não conseguiu socorro a tempo em Extremoz.
O caso aconteceu no último dia 25 de abril e circulou em diversos grupos de aplicativos de mensagens e redes sociais, além de ser repercutido por emissoras de TV.
Uma ligação feita por uma vizinha da idosa de 73 anos, chamada carinhosamente de Dona Terezinha, que faleceu em decorrência de um AVC (Acidente Vascular Cerebral), após aguardar mais de uma hora por socorro, foi gravada e mostra a atendente do SAMU discutindo com a vizinha que tentou pedir socorro.
Durante a ligação, a socorrista, que é médica, se irrita com o nervosismo da mulher e pede mais detalhes sobre o estado de saúde da paciente, mesmo com a usuária informando repetidas vezes que disse tudo o que sabia.
No telefonema, a usuária explica que uma vizinha de aproximadamente 60 anos – que mora a cerca de 100 metros de sua casa – passou mal e ficou “sem sentidos”
Inicialmente, ela conversa com um atendente que pede mais detalhes e, na ausência de mais explicações, pede para aguardar.
Neste momento, entra a socorrista (médica) pedindo mais explicações. “Boa tarde. O que foi que houve aí em Extremoz?”, diz a atendente.
A usuária volta a dizer que uma vizinha passou mal e que precisa de assistência. A socorrista questiona o motivo de ela estar ligando, já que não está no local. A mulher explica que não há sinal de celular no lugar onde a mulher passou mal.
“Não tem ninguém lá que possa ligar pra gente? A senhora não pode ir até lá? Pra gente liberar socorro adequado, a gente precisa de informações. Passar mal é muito vago. Quando a gente vai ao hospital, a gente precisa ter uma queixa”, disse a médica, notadamente irritada.
A usuária explica que não tem mais informações porque não está no local do acontecimento, mas ressalta que a paciente estava desmaiada no chão e “sem sentidos”.
“Não existe remédio para passar mal. Eu preciso acionar a equipe adequada. A senhora não pode ir até lá, se é a 100 metros de distância?”, afirmou a socorrista.
Diante do desespero da usuária, a médica sobe o tom de voz e afirma: “Pare de falar outras coisas. Responda apenas o que eu estou lhe perguntando, se não eu não vou conseguir…”
A ligação, neste momento, é interrompida, ouça:
Em nota, a Sesap o Samu afirmaram que, no caso citado na reportagem, “não houve negligência no atendimento, ocorreu uma nova ligação posterior no local em que o atendimento foi feito com sucesso e imediatamente”.
O texto complementa que ressaltando que “para o atendimento, o requerente precisa estar próximo à vítima para cumprir com os protocolos, devido aos inúmeros trotes recebidos pelo Samu durante um mesmo dia e garantir assim a assistência adequada”.
Durante uma das várias tentativas feitas por moradores um dos atendentes informou que em Extremoz não havia nenhuma ambulância do SAMU e que duas já haviam sido acionadas, mas que estavam se deslocando de Macaíba.